Acne

A acne é uma dermatose que provoca o surgimento de cravos, espinhas, cistos, nódulos e cicatrizes. Não chamamos uma única espinha de acne, mas, sim, o conjunto dessas manifestações muito comuns na adolescência – estima-se que 90% dos jovens nessa faixa etária sofram do problema. Em menor proporção, a acne pode atingir também adultos. Entre as mulheres, a acne é mais frequente dos 14 aos 17 anos. Entre os homens, pode chegar um pouco mais tarde, com maior frequência entre os 16 e 19 anos. As formas mais graves da acne são mais comuns no sexo masculino e as mais persistentes, no feminino, devido, principalmente à alta frequência dos distúrbios endócrinos.

A acne se desenvolve quando os poros da pele ficam obstruídos. Essa obstrução é causada pelo excesso de sebo, células mortas e bactérias nos folículos pilosebáceos. O corpo humano produz mais sebo quando há aumento da atividade hormonal. É por isso que a acne é mais frequente em adolescentes e pessoas com distúrbios hormonais. Mulheres também podem ter acne no período da menstruação, devido à flutuação hormonal, ou quando apresentam a síndrome dos ovários multi policísticos (SOMP).

As áreas em que a acne se manifesta com maior frequência são rosto, pescoço, busto, costas e ombros, nas quais a quantidade de glândulas sebáceas (responsáveis pela produção de sebo) é maior. Todas as formas de acne podem ser controladas, e, em alguns casos, o problema se resolve espontaneamente.

A acne pode ser classificada de acordo com sua gravidade:
• Acne Grau I – presença apenas de comedões (cravos), sem lesões inflamatórias (espinhas);
• Acne Grau II – comedões, pápulas e pústulas;
• Acne grau III – comedões, espinhas, pústulas, cistos e nódulos;
• Acne Grau IV – comedões, espinhas, lesões císticas maiores que podem se interconectar pela pele (acne conglobada), formando “túneis” e cicatrizes.

Acne tipo III

Acne tipo IV

Sendo doença de duração prolongada e algumas vezes desfigurante, a acne deve ser tratada desde o começo, de modo a evitar as suas sequelas, que podem ser cicatrizes na pele ou distúrbios emocionais, devido à importante alteração na auto-estima de jovens acometidos pela acne.

É muito importante buscar tratamento, independentemente da idade do paciente. Ele pode ser feito com medicações de uso local, visando a desobstrução dos folículos e o controle da proliferação bacteriana e da oleosidade. Podem ser usados também medicamentos via oral, dependendo da intensidade do quadro, geralmente antibióticos para controlar a infecção ou, no caso de pacientes do sexo feminino, terapia hormonal com medicações anti-androgênicas.

Em casos de acne severa e que deixa cicatrizes (como a acne conglobata), ou resistente aos tratamentos convencionais, pode ser utilizada a isotretinoína oral (Roacutan®), medicação que cura definitivamente a acne em cerca de 90% dos casos após um ciclo de tratamento.

Quando a acne se manifesta de forma intensa, pode prejudicar a qualidade de vida e a autoestima. O dermatologista é o profissional indicado para prescrever a terapia mais adequada a cada caso.

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Referências: SBD, SBCD, Tratado de Dermatologia de Fitzpatrick e Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti
Colaboração: Dra. Daniela Velozo – médica dermatologista